Narrativas Digitais

Uma história, um café...

7º ano C

2017

Outro Mundo


Com passos leves, sentia a areia fina e delicada tocando meu corpo, conforme andava podia ouvir o som das ondas quebrando naquela imensidão de água, me aprofundava cada vez mais em meu passado, como se nada mais importasse. Em meio a tanta paz, como as pessoas guardavam tanto rancor dentro de si?
Aproximei-me daquele mistério que produzia uma sinfonia familiar incrivelmente relaxante, revivi rapidamente cada momento da minha vida, como se as lembranças viessem à tona em um furacão de pensamentos. Deixei com que as águas invadissem cada espaço do meu corpo, me senti leve, uma sensação que nunca sentira antes.
Certos sentimentos são inexplicáveis e intensamente inesquecíveis, ainda me lembro do sol forte brilhando em meu rosto, do balanço das águas como se estivessem em uma dança sem fim, sem resíduos de maldade, tudo acontecia com naturalidade, é como se estivesse em outro mundo.


Ana Luiza e Mayla


A chuva caindo e o tempo passando


As transparentes e brilhantes gotas da chuva caiam sobre os olhos azuis e profundos da garota. Ela me parecia familiar, será que eu já a conhecia? Não!? Não pode ser! Acho que se eu a conhecesse não estaria me questionando tanto...
Parece que não escuta nada, nem seus próprios pensamentos. Olhava apenas para um barco que balançava com a leve brisa do entardecer... e o tempo? O tempo ia passando... e cada vez mais eu sentia que havia um motivo para ela estar lá. As pessoas estavam indo embora, ela continuava lá, e quanto mais eu olhava para ela mais perdida eu me sentia.
E quando acabara este passeio, ela ainda estará comigo até o resto de minha vida.
Até lá, posso conhecê-la melhor.


Camila e Rafaela



A praia passada...


O Sol acabara de nascer. Os pássaros iam à melancólica praia, agora de concreto, onde grandes navios petroleiros faziam transportes de toneladas de carga. Todo tipo de ave
lutava, cantando, por água limpa para se banhar à luz amanhecida e por restos de algum biscoito cheio de famintos insetos da noite passada que algum casal feliz deixara cair do pacote.
O vento triste que levava nossos cabelos fazia com que nós e os animais olhássemos para os cascos dos navios nos remetendo àquela maravilhosa costa de dourados e brilhantes grãos de areia que completavam à bela vista ao horizonte marítimo no passado... mas infelizmente viraram concreto, não é?

Eduardo e Marcelo


A MENINA E O MAR


Sentada à beira do mar, uma menina, escrevendo em seu diário. O vento batia em seu rosto, ela apenas virava sua cabeça em direção ao horizonte, refletia sobre o passado. Lembrava de antigas amizades, de como as pessoas mudam, de como antes chamava algumas pessoas até de irmão e hoje não significam mais nada. A garota pensava sobre essas coisas, de certa forma, sentia saudades, mas não sentia arrependimento. Ela não chorava, mas também não sorria.
Recordava agora, de todos os momentos felizes que passara ao lado destes amigos, pensava consigo mesma: “As pessoas mudam, as amizades se renovam, e o tempo passa. ”

Mafê Lavieri e
Ana Lívia De Carvalho




Um dia inesquecível


Perdemos a concentração e a noção do tempo. Chegamos à aldeia, entramos na casa de reza e logo sentimos uma energia que trazia paz e sossego para que assim nos acalmássemos e conseguíssemos sentar e desfrutar daquele ritual feito ao deus do sol de maneira serena e tranquila.
A sensação de poder dançar junto com os índios era inexplicável, libertador. A dança nos levava e o vento vinha em nossa direção, a música trazia para todos, calmaria perceptível... tudo, apenas com olhares. Na volta, cansaço, não só fisicamente como psicologicamente era notório... a energia era tão boa que até o sorriso pairava... a trilha também era bem cansativa. Quando entramos no ônibus, sentamos e percebemos o quão gratificante fora essa viagem e a oportunidade de poder estar em um lugar tão lindo como este.
Letícia e Maria Guilhermina

Caminho das Águas


Ahhh, lembro-me como se fosse ontem, as majestosas águas cristalinas que brilhavam feito diamante, a leve brisa que batia em nosso rosto trazendo aquele ar puro da natureza.
Durante o caminho das águas, trocávamos histórias, conversas e risadas até encostarmos na costa do manguezal onde nós e outros alunos pudemos entrar nele. Quando entramos sentimos uma leve sensação estranha, pois nosso pé afundava na lama, conseguimos ver caranguejos presos em pedras e também uma carcaça de caranguejo.
Depois que voltamos ao barco, remamos mais um pouco e caminhamos até o ponto inicial.
Vitor Guardiano e Arthur Moreira


Chocolate em fios


Ela. Seus olhos azuis no emaranhado de cabelos castanho como seu espirito, um doce e atrativo chocolate. Girava naquela dança, convidando-o para entrara naquela roda de Jongo. Seria um momento onde ele seria impotente e recusaria mais uma vez, por medo ou vergonha de fazer algo errado e acabar com o que mal havia começado?
Tantas vezes: o luau, as festas, todos... apenas um convite recusado. Se não queria nada, então porque continuava querendo e não querendo ao mesmo tempo? Com a sua cabeça no mesmo ritmo do bamboleio dela sua cabeça girava, até que, ela, com sua mão dos anjos, estendeu-se para ele. Mais um convite. Nesse ele não deixaria sua covardia “de macho” o dominar de novo. A agarrou e os dois se fundiram naquele bamboleio.


Agora, não havia mais só aqueles longos cabelos castanhos girando, agora os seus curtos cabelos entravam no meio daquele chocolate em fios.
Maria Luiza e Ivan


Um dia de índio


Para conseguirmos chegar à aldeia, passamos por uma trilha, foi muito bom ouvir o barulho da água da cachoeira caindo, era bom porque nos relaxava. Víamos alguns índios passando, crianças correndo e era tudo muito gostoso, também passávamos por uma ponte e finalmente chegávamos à aldeia!
Na aldeia tinha uma casa de reza. Lá faziam suas orações e dança como um modo de preparação para a caça. Os índios fizeram uma apresentação para nós, de como eles dançam separadamente de meninos e meninas, logo em seguida chamaram a gente para fazer parte desta tradição deles.
Depois de tudo isso fomos para o lado de fora, um dos índios começou a atirar com arco e flecha confesso que ficamos um pouco assustadas, já pensou se erra o alvo e acaba acertando em alguém?
Foi uma experiência muito legal conhecer um pouco mais das tradições dos indígenas da aldeia Boa Vista, eles são muito fofos e recebem as pessoas de braços abertos...


Ao final de tudo pudemos comprar alguns artesanatos que faziam, como arco e flecha, anéis de coco, brincos de pena entre outras coisas. Ficamos muito felizes em ter a oportunidade de ter um dia de índio!
Beatriz Claro e Luiza



Cultura vasta, cultura (quase) perdida



Nos escombros da floresta, onde dá para sentir a brisa suave batendo no rosto, sentir a luz radiante do sol, sentir o ar puro da mata e tomar um banho de rio dia pós dia, vivem homens, mulheres e crianças que há anos sua cultura quase deixou de existir... mas e hoje? Hoje, é vasta, forte como a vida de muitos que lutaram para que esta história fosse preservada e acabaram morrendo.

Diego e Guilherme


O Rio que Secou


Há duas semanas, ninguém entrava no rio, o sol quente com um calor escaldante, mas em todos o vazio e tristeza vinha à tona ao se depararem com aquele rio.
A vida é igual ao rio, quando seca, vem o vazio, ninguém entende a dor de uma perda ainda mais quando repentina. As gotas d´água em seu rosto faziam com que a história ficasse ainda mais real, a tensão naquele dia ficava maior e o nosso tempo de vida menor, essa é a última coisa de que eu me lembro.
Beatriz e Bruna

O tesouro do Quilombo


Após chegar ao quilombo nos perguntamos: como algo igual a isso resiste ao tempo? Depois, disseram-nos que iriamos fazer um instrumento típico do povo que vivia e vive no Quilombo.
Faríamos uma cesta de um material que não conseguimos identificar inicialmente, era algo parecido com palha. O almoço no Quilombo não poderia ser algo mais típico... feijoada... estava muito boa. Apesar de ter algumas pessoas que não comiam ... tiveram que comer outra coisa “eu não entendia como alguém pode não gostar de feijoada”.
Depois de almoçarmos, levaram-nos para um lugar onde assistimos uma dança típica da época dos escravos no século XV, conhecida como jongo.


Ah! Que dança bonita e alegre! Para eles e para nós. Traz uma sensação de liberdade e felicidade. Assim descobrimos que essa história rica de momentos de luta e sofrimento é o maior tesouro que existe.

Bruno e Victor


A {mar}


As ondas batiam lentamente na costa serena da praia. Quem estava lá? Um grupo de crianças felizes a brincar? Um casal em uma feliz lua de mel? Ao fim de um longo dia, uniu-se vento e lua. Onde encontra-se o amor mais forte e mais profundo que há no mundo. Lugar de inspiração e reflexão. Seria obra divina feita só para mim? Tantas pessoas passaram ali e tantas ainda passarão. Ó belo mar, será que só meu um dia será? A {mar}
Melina e Júlia


Um dia no Manguezal


Chovia, uma leve brisa formava pequenas ondas na água. Passávamos pelo rio e encontrávamos diversos tipos de vegetação... raízes longas finas, troncos grossos. Havia também diversos tipos de caranguejos, de diferentes espécies... tanto medo, se vissem o próprio reflexo
assustariam.
O tempo passava, parecia que o rio não acabava... o vento cada vez mais forte, a chuva aumentava, o barco onde estávamos começara a encher de água, a tensão subia, mas felizmente faltavam poucos metros para chegar à praia. Depois de um tempo, chegamos sãos e salvos. (ufaa!!!! Finalmente chegamos bem, foi muito aterrorizante, ficamos muito tensos e assustados).
Teresa e André


Projeto: Uma história, um café...


Diversas ideias permearam as discussões para o projeto que seria desenvolvido nos 7o anos. A que mais agradou a turma fora o fato de aliar o estudo do meio (São Sebastião/ Ubatuba) experiência envolta pela interação e vivência, ao uso de novas tecnologias na aula de Informática e abordar a Língua Portuguesa com textos que buscassem maior autoria.

O que de fato seria importante era fugir do comum, tanto para os alunos quanto para os professores. Foi então que os educadores Ana Claudia Loureiro e Diego Benício passaram a pesquisar instrumentos que viabilizassem a aprendizagem, cumprindo com metas e normas estabelecidas pelos PCNs e que de forma geral garantissem uma aprendizagem qualitativa e significativa aos alunos, gerada por experiências que utilizassem recursos pertinentes às novas tecnologias essenciais e indispensáveis pelas competências do novo milênio.

Deste modo surgiu o projeto, “uma história, um café...”
Sejam bem-vindos ao livro digital! Nele, contos curtos que envolvem sentimentos, sensações e lembranças serão explorados.

É o Colégio Santa Clara explorando o uso de novas tecnologias aplicadas à educação!

Narrativas Digitais

Contos

Colégio Santa Clara

Profs. responsáveis:
Ana Claudia Loureiro - Informática
Diego Benício - Língua Portuguesa



Alunos do 7º ano C



São Paulo

2017